quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Sem título



Eu sou tão livre que eu não caibo dentro de mim...''Mal posso acreditar que tenho limites, que sou recortada e definida. Sinto-me espalhada no ar, pensando dentro das
criaturas, vivendo nas coisas além de mim mesma.''
Sou tão livre que não me sinto porto seguro, não, eu não...
eu sou à toa, eu sou por aí, há tantas coisas que me encantam que eu não posso prender-me, engaiolar-me.
Sou um pássaro.
Sou tão pássaro que arrisco voar, e eu voo, voo dentro de mim mesma, por que por dentro há tanta coisa que corre que nem se sente correndo...Acostumei-me a ter pressa e de tanto tê-la voei...
Certa noite sonhei que voava, meu Deus, voar é sublime...
Sonhei que voava acima de um campo de girassóis e carregava-os de um lado para outro...acordei com tanta vontade de fazer o sonho real que imitei para minha mãe como que eu fazia pra voar. Foi em vão. Não ganhei asas.

Por dentro eu não tenho rosto, não tenho cor, nem tenho cabelos... Não tenho essa coisa que veem do lado de fora, por que o que eles veem é tão pouco que não me define, veem uma eu que eu não sou.
Por dentro eu sou aquilo que a gramática chamaria de substantivos abstratos, por dentro eu não sou palpável.

Eu sou amor, paixão, alegria, sonhos e mais um punhado destes, saudade em toneladas, laços invisíveis...

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